Anotar à mão rende mais aprendizado que no laptop, conclui novo estudo

    Publicado em The Wall Street Journal

    Estudantes que tomam notas à mão geralmente têm um desempenho superior ao dos que tomam notas em seus computadores Photo: iStock (2)

    Por Robert Lee Hotz

    Laptops e aplicativos de organização pessoal fazem com que o papel e a caneta pareçam antiguidades, mas a escrita à mão parece ajudar na concentração em sala de aula e estimular o aprendizado de um jeito que a digitação num teclado não é capaz, sugerem novos estudos.

    Estudantes que tomam notas à mão geralmente têm um desempenho superior ao dos que tomam notas em seus computadores, concluíram pesquisadores da Universidade de Princeton e da Universidade da Califórnia de Los Angeles, a UCLA. Comparando com os que digitam suas anotações, pessoas que as escrevem à mão parecem aprender melhor, reter a informação por mais tempo e compreender mais facilmente novas ideias, de acordo com experimentos de outros pesquisadores que também compararam técnicas de fazer anotações.

    “As anotações escritas captam meu pensamento melhor do que digitando”, diz o psicólogo educacional Kenneth Kiewra, da Universidade de Nebraska em Lincoln, que estuda as diferentes formas como fazemos anotações e organizamos informações.

    Desde os antigos escribas que usavam penas para escrever nos papiros, tomar notas tem sido um catalisador para a alquimia do aprendizado, transformando o que ouvimos e vemos em um registro confiável para estudos e revisões posteriores. Na verdade, há algo no ato de escrever que excita o cérebro, mostram estudos sobre imagens do cérebro. “Fazer anotações é um processo bem dinâmico”, diz o psicólogo cognitivo Michael Friedman, da Universidade Harvard, que estuda sistemas de fazer anotações. “Você está transformando o que você ouve em sua mente.”

    Pesquisadores vêm estudando estratégias de fazer anotações há quase um século. Mas só recentemente, porém, eles se concentraram nas diferenças causadas pelas ferramentas que nós usamos para capturar informações. Fazer anotações com lápis de grafite, que passou a ser produzido em massa no século XVII, não é tão diferente do que usar uma caneta tinteiro, patenteada em 1827, uma caneta esferográfica, patenteada em 1888; ou um marcador com ponta de feltro, patenteado em 1910.

    Hoje, porém, praticamente todo estudante universitário tem computadores portáteis; aulas são o principal veículo de ensino; e o barulho do teclado enquanto estão sendo feitas as anotações é a trilha sonora do ensino superior.

    Normalmente, pessoas que fazem anotações da aula no computador fazem mais anotações e podem mais facilmente acompanhar o ritmo do que vem sendo dito do que as que estão usando papel e caneta, segundo verificaram os pesquisadores. Estudantes universitários geralmente digitam suas anotações de uma aula a um ritmo de 33 palavras por minuto. Já as pessoas que estão escrevendo suas notações anotam cerca de 22 palavras por minuto.

    No curto prazo, vale a pena. Pesquisadores da Universidade de Washington em St. Louis descobriram em 2012 que as pessoas que tomaram notas em laptops e passaram por um teste imediatamente após a aula lembraram mais do conteúdo e tiveram um desempenho ligeiramente melhor do que seus colegas de classes que escreveram suas notas à mão. Os pesquisadores divulgaram seus experimentos com 80 estudantes no “Jornal de Psicologia Educacional”.

    Qualquer vantagem, porém, se mostrou temporária. Após somente 24 horas, os que tomaram notas nos seus computadores geralmente tinham esquecido o conteúdo que tinham anotado, mostraram vários estudos. As anotações abundantes também não eram muito úteis para relembrar o que foi dito, porque elas eram superficiais.

    Comparativamente, os que tomaram notas à mão lembravam o conteúdo por mais tempo e tinham uma melhor ideia dos conceitos apresentados em classe, mesmo uma semana depois. O processo de fazer as anotações à mão registrou a informações de forma mais profunda na memória, disseram especialistas. Anotações à mão também eram melhores para revisar o conteúdo da aula porque eram mais organizadas.

    Em três experimentos feitos ao longo de 2014, os psicólogos Pam A. Mueller de Princeton, e Daniel Oppenheimer, da UCLA, fizeram com que os estudantes ouvissem palestras sobre temas variados, incluindo algoritmos e morcegos, enquanto tomavam notas no computador ou no papel. Os 67 estudantes foram imediatamente depois submetidos a testes e depois de uma semana de novo, depois de terem tido a oportunidade de rever suas anotações.

    Os que escreveram suas anotações à mão usaram menos palavras, mas pareciam ter pensado mais intensamente sobre o que escreveram e digerido mais completamente o que ouviram, escreveram os pesquisadores na publicação especializada “Psychological Science”. “Todo aquele esforço te ajuda a aprender”, diz Oppenheimer.

    Já os que usaram computadores fizeram suas anotações de forma mais mecânica, escrevendo o que ouviram praticamente palavra por palavra.

    Quando foram submetidos a um teste, “os que tomaram notas à mão se saíram significativamente melhor do que os que o fizeram no computador apesar do fato de que esses últimos tinham muito mais anotações para consultar”, diz Mueller. “Ter todas essas anotações não os ajudou a refrescar a memória.”

    O problema é a tendência dos que digitam de tomar notas literais. “Ironicamente, a própria característica que torna tão atraente tomar notas com os computadores — a capacidade de tomar notas mais rapidamente — foi o que prejudicou o aprendizado”, diz Dr. Kiewra.

    Em um experimento, Mueller advertiu explicitamente os estudantes que usavam laptops para evitar tomar notas literais, dizendo que isso poderia prejudicar o desempenho deles depois. Eles não puderam se conter. “A tendência das pessoas de tomar notas textuais em um laptop é difícil de conter”, diz ela.

    Esses estudos sobre a forma de fazer anotações foram realizados em condições de laboratório, mas suas descobertas provavelmente se aplicam igualmente sempre que tentarmos coletar nossos pensamentos por via escrita, seja em sala de aula, em uma reunião de negócios ou no consultório de um médico, dizem os especialistas.

    É comum estudantes universitários fazerem suas anotações em computadores. Em Princeton, cerca de dois terços dos alunos fazem anotações das aulas em seus laptops, enquanto na UCLA eles são quase 50%.

    Os estudos mostram que qualquer anotação é melhor do que nenhuma. Embora as anotações por escrito pareçam ser mais fáceis de lembrar, há espaço para aprimoramento.

    Na Universidade de Nebraska, Kiewra conduziu 16 experimentos para avaliar a integridade das anotações escritas à mão e descobriu que as pessoas geralmente anotam apenas cerca de um terço das informações apresentadas. Além disso, na pressa para acompanhar o que vem sendo dito, as pessoas omitem qualificadores importantes, falham em registrar contextos e deixam passar detalhes fundamentais.

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Falta de boa governança levou empresas brasileiras a crises

Pubicado no Blog Míriam Leitão

De Míriam Leitão

Governança é o conjunto de boas práticas, como transparência, controle e prestação de contas à sociedade. É uma palavra que carrega conceitos muito fortes, mas que passou a ser usada por empresas para maquiar suas verdadeiras atitudes. Companhias hoje em crise teriam evitado problemas se fizessem na prática o que deixaram apenas no discurso.

A lista é enorme. Petrobras, BTG, Vale, Samarco e BNDES são alguns exemplos. O controle ambiental rígido evitaria tragédias como a que aconteceu em Mariana. Nas empresas com governança, o presidente não faz operações escusas. As decisões do negócio são tomadas de maneira clara, com conhecimento coletivo, diferentemente do que acontecia na Petrobras.

Há algumas semanas tive acesso a um relatório da petroleira que apurava as irregularidades na contratação de quatro sondas. O processo era tosco, decidido por poucas pessoas, e movimentava muito dinheiro. O pecuarista José Carlos Bumlai foi preso por, de acordo com as investigações, ter se beneficiado de esquemas com um desses navios-sonda. Uma empresa que diz ter governança precisa de controles melhores, mais sofisticados.

No caso da Samarco, o descuido com as regras ambientais levou à tragédia. O tratamento dos rejeitos não condiz com os riscos da atividade mineradora. Vale e BHP, suas controladoras, também foram responsáveis. Elas indicam os diretores que deixaram a Samarco chegar a esse ponto. A reação das empresas à tragédia também deixou a desejar.

O BTG, um grande banco que atua em 20 países, havia se comprometido há pouco com regras internacionais de combate à corrupção. Ontem, seu presidente foi preso exatamente por suspeitas de manter negócios obscuros com o governo.  Se tivesse governança de fato, essa crise não estaria acontecendo. 

O BNDES é outro caso triste. O banco estatal, por exemplo, emprestou dinheiro para empresas que estavam quebradas, algo proibido pelo estatuto do banco.

A governança existe para proteger as companhias. Mas algumas delas têm usado o conceito somente em seus relatórios.

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Relógios de luxo ainda impressionam?

Publicado em The Wall Street Journal

De Kevin Gray

Frank Schilling sempre gostou de relógios. No colégio, ele comprou um Tag Heuer (“o Rolex do homem pobre”, diz) por algumas centenas de dólares. Mas, quando sua empresa, que acabou virando a Uniregistry, começou a faturar US$ 1 milhão por mês em 2004 vendendo nomes de domínios na internet, ele sabia que tinha que elevar seu padrão. Então, ele pagou US$ 79 mil por um Patek Philippe 5970G, uma aposta clássica em um cronógrafo esportivo. “Eu achei absurdamente caro”, diz Schilling, de 46 anos. “Mas eu adoro a sensação de ‘steampunk’”, acrescenta, referindo-se ao subgênero da ficção científica que incorpora elementos inspirados nas máquinas a vapor da Revolução Industrial. Além do mais, ele gostava quando outros homens de sucesso notavam e admiravam o relógio. “Para homens apaixonados por relógios”, diz Schilling, “é como um aperto de mão secreto”.

Entre aqueles que conhecem o aperto de mão, ele pode transmitir sucesso e bom gosto (ou a falta dele). Alguns podem argumentar que, com um relógio em cada smartphone e minicomputadores em muitos pulsos, ninguém precisa mais de um relógio mecânico. Mas as necessidades são diferentes das vontades. O desejo de um homem por um relógio mecânico caro não se baseia na lógica, mas na emoção.

Normalmente, um homem compra seu primeiro relógio de luxo para marcar uma conquista na carreira. Ele se torna um troféu vestível, um lembrete diário que diz: eu posso fazer isso.

Em 2001, Brian Monaco era um agente de talentos de 28 anos. Ele estava trabalhando com o elenco de um reality show produzido pela MTV, o “Real World”, durante uma turnê pelos Estados Unidos que só havia se apresentado em universidades — até que Monaco conseguiu reservar uma noite no Beacon Theatre, em Nova York. “Foi importante para mim”, diz ele. Ele comprou um Rolex GMT por cerca de US$ 5 mil. “Você anda na rua e qualquer um pode usar terno e gravata”, diz. “Mas um bom relógio diferencia você.”

Agora com 43 anos e diretor executivo global de publicidade, filme e TV da Sony/ATV Music Publishing, morando no condomínio Museum Tower, ao lado do Museu de Arte Moderna de Nova York, Monaco possui cerca de 30 relógios, incluindo um Patek Philippe Aquanaut de US$ 20 mil. Ele se tornou um genuíno aficionado por relógios — consultando regularmente o Watchville, um aplicativo que reúne notícias sobre relógios, e também participando de leilões. Ele considera seus relógios como obras de arte. (“Os Pateks são para a próxima geração, como um Picasso”, diz.) E ele gosta de comparar informações com outros viciados em relógios, como fez com o músico John Mayer na premiação mais recente do Grammy. Ele ainda está tentando descobrir que relógio o seu vizinho, o bilionário investidor ativista Carl Icahn, usa, olhando furtivamente para o pulso de Icahn quando eles pegam o mesmo elevador. (Icahn não respondeu a pedidos de comentário.)

Relógios diferentes transmitem mensagens diferentes. Mas os relógios são definidos mais pela publicidade e pela influência de usuários importantes do que por qualquer coisa intrínseca.

“Para a maioria, cada relógio é um reflexo da bagagem social acumulada”, diz Duncan Quinn, ex-executivo de Wall Street que se tornou um alfaiate sob demanda com uma clientela pequena, mas leal. Com marcas como Breitling, Hublot, Audemars Piguet e Patek Philippe, diz ele, “é como entrar num clube”. Encontrar algo exclusivo e realmente surpreendente, principalmente de uma marca “socialmente reconhecível” como a Rolex (como afirma Quinn) é difícil. Essa é a razão, segundo ele, pela qual os colecionadores procuram versões especiais como a Double Red Sea Dweller, da Rolex.

Por outro lado, não é surpresa que muitos executivos criativos mais jovens considerem o status associado a relógios uma coisa estúpida. “Eu decidamente não tenho um”, diz Ian Daly, de 38 anos, diretor de estratégia da empresa de marketing e publicidade Barbarian Group. Até hoje, ele teve apenas um relógio. “Uso o mesmo relógio de mergulhador da Seiko que minha namorada no colégio me deu como presente de formatura, em 1994”, diz ele. “Eu acho que existe algo brega nos relógios de status.”

De fato, nos últimos anos, conversando com os novos ricos do setor de tecnologia do Vale do Silício, observei que suas prioridades, quando se trata de relógios, não se enquadram nas noções tradicionais de luxo. Eles tendem a evitar o glamour em favor dos smartwatches pragmáticos da Apple ou da Pebble, ou algo irônico como uma antiga calculadora Pulsar. Na verdade, o fundador da Pebble, Eric Migicovksky, orgulhosamente nunca havia possuído um relógio antes de criar a empresa. Alguns homens simplesmente não querem participar desse velho jogo.

Mas para o diretor de compra e venda da Mr Porter, Toby Bateman, a escolha de um relógio não deve ser apenas uma questão de impressionar os colegas colocando uma fortuna no pulso — ou uma questão de ostensivamente evitar fazer isso. Ele vê um relógio como o reflexo não apenas da conta bancária de um homem, mas de seu estilo. “Para mim, […] tem mais a ver com a expressão da personalidade. Esta escolha deveria ser bem considerada se você seguir o ditado que o relógio é a única joia que um homem deve usar.”

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Windows 10 – Aviso Importante

Aviso importante: não atualize do Windows 7 para o Windows 10. Não funciona!

A Microsoft não dá suporte para a reversão para o Windows 7, como prometido!

É um risco desnecessário passar do Windows 7 para o Windows 10.

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Fazer isso é pior que não ir à academia

Publicado em El País

Carregar bolsa num só ombro ou dormir de bruços, entre as ações da ‘antiginástica’ diária.

De Silvia Cándano Ocaña

Ao longo do dia adotamos várias posturas nocivas à saúde. Fazemos isso sem perceber, desde a infância, como mostra um estudo realizado durante o período 2013-2014 pela Ordem Profissional de Fisioterapeutas da Comunidade de Madri, que indica que 30,1% das crianças do ensino fundamental sofrem de dor nas costas. Como as escolas não oferecem nenhuma disciplina sobre o cuidado com a postura, a única maneira que temos de prevenir dores, lesões e outros problemas derivados desses maus hábitos é tentar corrigi-los por conta própria e o quanto antes. Não prejudique seu treino com esses gestos cotidianos.

1. Não fazer pausas suficientes quando trabalha diante do computador. Já que permanecemos grande parte do dia sentados em frente ao computador, os especialistas aconselham colocar a tela na nossa frente, não de lado, para que não sejamos obrigados a adotar posturas estranhas. Segundo Mikel Aramberri, chefe do serviço médico da seleção nacional de rúgbi e traumatologista da Clínica Alai de Madri, "permanecer muito tempo sentado e com postura inadequada aumenta a pressão intradiscal, principalmente na região lombar, o que provoca lombalgias e outras dores". Por isso, o especialista recomenda, em trabalhos sedentários, levantar-se com frequência para estirar as pernas a fim de exercitar a musculatura inferior e a paravertebral. Os cientistas James A. Levine e Charles E. Matthews explicam, em um infográfico publicado em 2014  no The Washington Post, que o abuso do sedentarismo pode originar problemas de pressão, colesterol, diabete, varizes, retenção de líquidos e trombose. As soluções que eles propõem incluem sentar-se corretamente (costas eretas apoiadas no encosto, nádegas bem encaixadas no assento, ombros relaxados, cotovelos apoiados na mesa e pés firmes sobre o chão) e não passar mais de meia hora sem ficar de pé.

2. Colocar o celular debaixo dos olhos quando o utiliza. Além do computador, o smartphone é o aparelho que ocupa mais horas em nossa vida: entre duas e quatro horas por dia, segundo uma pesquisa de Kenneth K. Hansraj, de 2014. Isso significa que passamos entre 700 e 1.400 horas por ano forçando as cervicais, um autêntico castigo para essas vértebras. A solução é colocar o celular na altura dos nossos olhos. "E quando falamos ao telefone, jamais devemos apoiá-lo entre a cabeça e o ombro", acrescenta Laura González Ortiz, massagista profissional. "Nosso pescoço agradecerá." Aramberri afirma que as pessoas que precisam falar muito ao celular devem usar fone de ouvido "porque favorece e relaxa a musculatura cérvico-dorsal". Escrever WhatsApps com o pescoço inclinado tem esse efeito devastador sobre o corpo.

3. No supermercado, carregar mais de cinco quilos por braço. Existem outros péssimos hábitos de postura que adotamos diariamente e que não têm nada a ver com as novas tecnologias. Um estudo do Nueva York Presbyterian-Weill Cornel Medical Center indica que cerca de 70%-85% das pessoas terá dor na parte inferior das costas em algum momento de sua vida, entre outros motivos, por carregar peso demais. A Ordem de Fisioterapeutas de Madri observou que, ao fazer as compras, costumamos carregar o dobro do peso recomendado, o que pode ocasionar lesões. As sacolas de lona que nos vendem nos estabelecimentos estão preparadas para suportar entre 10 e 12 quilos de peso… e as enchemos até o topo! O ideal é não carregar mais do que 5 quilos por braço. Se isso for impossível, leve um carrinho. Mas, atenção: segundo os fisioterapeutas consultados, devemos empurrá-lo com as duas mãos para a frente, nunca puxá-lo (exatamente como no caso das malas).

4. Carregar bolsa em um ombro só. Os especialistas da Ordem de Fisioterapeutas de Madri advertem que esse hábito gera danos à musculatura. Divida a carga entre os dois ombros utilizando uma alça extra para a bolsa.

5. Usar salto alto. Segundo uma pesquisa realizada pelo Spine Health Institute, do Florida Hospital Medical Group (EUA), 72% das mulheres usam esse tipo de calçado, ao menos de vez em quando. Os médicos do centro alertam sobre os riscos de usar salto alto (dores e lesões na coluna vertebral, câimbra nas panturrilhas, varizes…) e recomendam que os sapatos de salto não tenham ponta fina nem superem os 5 centímetros de altura, além de alterná-los com sapatos planos. "Para manter os pés e as costas saudáveis, é importantíssimo cuidar do calçado. Está comprovado que os saltos e, sobretudo, o bico fino,favorecem o aparecimento de hallux valgus ou joanete", observa Aramberri. O melhor é escolher um calçado com salto de entre 2 e 3 centímetros, para que o peso do corpo possa se repartir adequadamente.

O ideal é não carregar mais do que 5 quilos por braço. Se não  for possível, leve um carrinho. Mas, atenção: devemos empurrá-lo com as duas mãos para a frente, nunca puxá-lo

6. Apoiar o braço esquerdo na janela do carro enquanto dirige. Manter a postura correta continua sendo um conselho fundamental à hora de dirigir, mas muita gente conduz colada no volante e com as costas sem estabilidade ou recostadas demais. Os especialistas da Ordem Oficial de Fisioterapeutas do País Basco (COFPV) aconselham levar o assento para frente até que possamos alcançar os pedais, manter as costas retas e apoiadas no encosto e os joelhos em linha reta com a cadeira. Além disso, é preciso segurar o volante com as duas mãos e esquecer a mania de colocar o braço esquerdo sobre a janela aberta, para evitar possíveis pinçamentos. Com relação ao cinto, a DGT afirma que é preciso usá-lo sobre as partes duras do corpo, apoiado na clavícula e sobre a crista ilíaca na pelve, com as duas partes bem ajustadas no corpo e sem ficar torcidas. Do contrário, o cinto não poderá nos salvar de lesões em caso de acidente.

7. Dormir de bruços… e levantar-se de repente. Ao dormir, também adotamos posturas ruins. Um estudo liderado por Chris Idzikowski, autor de Sleep and its disorders affect society, revelou que 7% dos 1.000 britânicos que participaram de sua pesquisa dormiam de boca para baixo, o que não é recomendável. "Com essa postura, mantemos o pescoço girado para poder respirar e, desse modo, forçamos as cervicais. E ainda assim temos que fazer mais esforço que o normal para respirar, pois oprimimos o tórax com o nosso próprio peso, de modo que o sono acaba sendo menos reparador. Além disso, acentuamos a curvatura lombar e aumentamos o risco de lombalgias", afirma. Um conselho: ao acordar, saia da cama de forma lenta, como descreve González Ortiz: "Primeiro giramos, flexionamos as pernas e, com a ajuda das mãos, tiramos as pernas da cama e ficamos sentados; depois, estiramos os braços para cima e, por último, levantamos apoiados nas mãos. Assim não forçamos a coluna nem o pescoço – e começamos bem o dia."

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Tropeços estratégicos e vendas em queda colocam Avon contra a parede

Publicado em The Wall Street Journal

De Joann S. Lublin

Todo mundo parece saber quem é a “mulher da Avon” — menos a própria Avon.

A companhia está em plena crise de identidade. Ela continua fortemente entrincheirada nos Estados Unidos, apesar de a maioria dos seus negócios ser feita em outros países. Ela é uma das maiores empresas de venda direta de produtos de beleza do mundo e seu modelo de negócios depende fortemente de relações pessoais, mas ficou para trás no desenvolvimento de uma estratégia on-line e não tem se beneficiado das oportunidades existentes nas redes sociais. E, embora seu foco seja beleza, suas representantes estão ocupadas vendendo uma grande variedade de itens para casa e outros produtos, uma espécie de Amazon.com humana.

As contradições abundam. Após anos de erros estratégicos, resultados financeiros decepcionantes e um êxodo de representantes que vendem os cosméticos da Avon porta em porta, a companhia decidiu explorar uma mudança mais radical, incluindo a possibilidade de achar um comprador para toda a empresa ou sair do mercado americano, onde há muito enfrenta dificuldades, segundo pessoas a par do assunto.

Essas possibilidades, relatadas pela primeira vez este mês pelo The Wall Street Journal, lançam dúvidas sobre a probabilidade de os esforços atuais da empresa serem suficientes para reanimar o velho império da beleza fundado há 129 anos. As ações da Avon perderam cerca de 40% do seu valor ao longo dos últimos 12 meses e foram retiradas do índice S&P 500. Nos EUA, a força de vendas da companhia encolheu nos últimos 19 trimestres, de acordo com pesquisa do Deutsche Bank. Um escândalo envolvendo suspeita de suborno na China dizimou fileiras de altos executivos e custou à empresa quase meio bilhão de dólares em despesas legais e penalidades.

“Eu não sou do tipo que foge de desafios, disse Sherilyn McCoy, diretora-presidente da empresa, em entrevista recente ao WSJ.“E a Avon certamente não tem me decepcionado nesse quesito.”

McCoy foi contratada há três anos, vinda da Johnson & Johnson, para comandar uma virada na Avon. Sua nomeação foi anunciada dias depois de a Avon ter recusado uma proposta de compra da Coty que, em retrospectiva, hoje parece generosa. A Coty ofereceu US$ 24,75 por ação da Avon, enquanto a cotação atual gira em torno de US$ 9.

Andrea Jung, a diretora-presidente da Avon na época, queria entrar em negociações mais profundas com a Coty, de acordo com pessoas a par do assunto. Mas, publicamente, a Avon criticou a abordagem da rival, classificando-a como “oportunista” e acusando-a de avaliar a empresa substancialmente abaixo de seu valor real. A Avon informou que continuava confiante quanto às perspectivas de continuar no mercado por conta própria.

Três anos depois, os investidores não estão convencidos disso. Desde 2011, as vendas anuais recuaram 20%, para US$ 8,85 bilhões, as perdas se aprofundaram, incluindo um prejuízo de US$ 389 milhões no ano passado, e os planos de ajustes não estão claros. Em fevereiro, a Avon cancelou uma conferência muito aguardada pelo mercado, afirmando que faria em maio uma apresentação detalhada de sua estratégia aos investidores. No início deste mês, ela abruptamente adiou essa apresentação para o segundo semestre, sem definir uma data específica.

“O principal problema estratégico é justamente a falta de estratégia”, escreveu no mês passado Javier Escalante, analista da Consumer Edge Research.

“Estamos fazendo um bom progresso [… no] fortalecimento e na alavancagem do nosso núcleo de vendas diretas, maximizando nosso portfólio geograficamente e expandindo nossas marcas”, disse na segunda-feira uma porta-voz da Avon.

A maioria das pessoas conhece alguém que vende Avon. Mas, internamente, há anos a empresa tem tido dificuldades para lidar com um mundo que mudou.

A decisão da Avon de ser pioneira em países emergentes fez com que sua marca se estabelecesse em mercados cruciais como o Brasil, onde ela ainda mantém vantagem em relação a empresas muito maiores, como a L’Oréal e a Procter & Gamble. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento ajudaram a manter a linha da Avon para cuidados com a pele, a Anew, na vanguarda. E seus cosméticos e perfumes muitas vezes são premiados no setor.

Em 2005, porém, as vendas começaram a tropeçar. Programas de reestruturação caros e a investigação sobre suborno atingiram o resultado da Avon e distraíram os líderes executivos. A Avon fechou um acordo com os reguladores dos EUA em maio do ano passado e informou que a sua subsidiária na China se declararia culpada de violar a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior.

Enquanto isso, a atualização dos sistemas de computador no Brasil e no Canadá foi desastrosa e levou à saída de 6 milhões de representantes de vendas no mundo todo. O número de representantes de vendas ativos caiu 5% no ano passado, um mau presságio das vendas futuras.

No Brasil, que é o maior mercado da Avon no mundo e em 2014 gerou 40% dos US$ 4,2 bilhões de receita na América Latina e 25% do total global, a crise de identidade se agravou por uma desconexão com a realidade macro local, diz Guilherme Assis, analista de consumo do grupo Brasil Plural. Ele dá como exemplo o lançamento da linha de maquiagem “premium” Luxe justamente quando o consumidor brasileiro perdia a confiança na economia e ficava mais sensível a preços. “A Avon perdeu aportunidade de promover as linhas mais populares que sempre foram seu forte”, diz ele. A competição também se acirrou para segurar os representantes de vendas no Brasil, diz Assis, já que a rival Grupo Boticário vem roubando mercado de forma estável nesse segmento. A Avon tem 1,5 milhão de revendedoras no Brasil, segundo a firma que presta assessoria de imprensa à Avon no país.

As falhas da Avon estão deixando mais expostas as operações da empresa nos EUA. As vendas na América do Norte caíram 17%, para US$ 1,2 bilhão, no ano passado, dando mais peso aos apelos dos analistas para a saída desse mercado, algo que está sendo considerado, segundo pessoas a par do assunto.

O crescente e competitivo mercado de beleza oferece amplas alternativas para a compra de cosméticos, incluindo websites, drogarias, lojas de departamento e até consultórios médicos. Enquanto isso, os líderes da Avon patinavam em debates sobre se o rumo para o crescimento futuro estava na venda de produtos de beleza por meio dos canais de varejo ou na oferta de uma gama mais ampla de produtos através da força de vendas porta a porta.

Jung, que deixou o comando da Avon em 2012 em meio a resultados decepcionantes, ajudou a empresa a buscar mais espaço de vendas entre varejistas e a lançar uma linha de roupas. Mas ela também levou a empresa a se concentrar em sua conhecida linha de cuidados com a pele e maquiagem, em vez dos produtos de outros setores, que ela considerava de baixa qualidade.

McCoy, engenheira química de formação, está conduzindo a empresa em outra direção. A executiva tem levado a Avon a pensar mais amplamente o conceito de beleza. Na sua opinião, isso significa vender itens que tornam a mulher ou sua casa mais atraentes, incluindo joias, roupas e sapatos — e também descascadores de legumes coloridos. Ela quer que produtos não relacionados ao mercado de beleza, como itens de cozinha, representem até 50% das vendas da empresa nos EUA, ante 40% nos antes recentes.

A abordagem se baseia no fato de que os consumidores no mundo todo ainda gostam de explorar os catálogos da Avon, que são renovados uma ou duas vezes ao mês, dependendo do país. Ela também tenta reter as revendedoras oferecendo algo extra para vender quando a cliente não está interessada em comprar maquiagem, além de ajudar a empresa a gerar receita em períodos importantes para o varejo, como o de festas de fim de ano. “Se você ainda tem os cosméticos da linha Anew, a representante pode dizer: ‘Bem, aqui está algo bonito’, uma vela de Natal ou algo que você pode usar”, diz McCoy.

O risco é que, ao expandir a gama de produtos, as operações de logística fiquem complexas demais e a empresa pode se expôr a tendências imprevisíveis. Em 2010, a Avon pagou US$ 650 milhões pela empresa de joias Silpada e teve de vendê-la por US$ 85 milhões três anos depois, já que seu produtos não decolaram.

Daryn DeZengotita, ex-representante da Avon em Dallas, diz que uma das primeiras coisas que ensinava a cerca de 160 outras representantes que ela treinou, era como pedir desculpas aos consumidores em caso de falta de produtos em estoque. Ela diz que até mesmo desencoraja a venda de produtos como bonecas, porque era provável que o item nunca chegaria. “É tão constrangedor quando os produtos não chegam”, diz.

A tentativa da Avon de controlar seus problemas de estoque saiu pela culatra quando um novo sistema de gestão para as representantes de vendas, lançado no Brasil e Canadá, não funcionou. As falhas levaram a uma baixa contábil de US$ 117 milhões em 2013. “Fizemos muita coisa muito rápido”, disse McCoy no fim de março.

Para a executiva, e Jung antes dela, a importância da Avon na renda de suas revendedoras torna a ideia de ter de sair de um mercado como os EUA uma decisão difícil. McCoy diz que, para poder seguir adiante em meio a tanta adversidade, ela pensa nas milhares de mulheres no mundo todo que dependem da Avon para sustentar a família. “Se tenho um dia ruim, eu me lembro de uma das representantes que conheci me dizendo o que a Avon tem feito por elas”, diz a executiva. “Eu me sinto extremamente responsável.”

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Growing Resilience: 7 Strategies to Become Mentally Stronger

Publicado em Forbes.com

By Alice G. Walton

If you’re among the crowd who’s feeling less-than-resilient right now, knowing that you can “grow” your resilience may be the first step in doing so:

1) Stretch your mental muscle

2) Train your mind to see positive AND negative

3) Focus on learning

4) Become physically tougher

5) Keep some fuel in the tank

6) Stay social, always

7) Write about yourself

Read more at http://www.forbes.com/sites/alicegwalton/2015/03/02/growing-resilience-7-strategies-to-become-mentally-stronger/

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O futuro da medicina está no seu smartphone

Publicado em The Wall Street Journal

De Eric J. Topol

Ao longo dos últimos anos, os smartphones mudaram radicalmente vários aspectos da nossa rotina diária, desde transações bancárias até compras e diversão. A medicina é o próximo. Com tecnologias digitais inovadoras, computação na nuvem e aprendizado mecânico, o smartphone médico vai revolucionar todos os aspectos da assistência médica. E o resultado é que o paciente, pela primeira vez, estará no comando das ações.

Com a revolução do smartphone, um novo conjunto de ferramentas cada vez mais poderosas — de acessórios que podem diagnosticar uma infecção de ouvido ou medir batimentos cardíacos a um aplicativo que pode monitorar a saúde mental — poderia reduzir nossas consultas médicas, cortar custos, acelerar a velocidade do atendimento e dar mais poder aos pacientes. Os avatares digitais não substituirão os médicos. Eles ainda serão consultados, mas a relação será radicalmente alterada.

Tudo isso levanta sérias preocupações sobre privacidade e ataque de hackers que ainda não foram discutidas — e a precisão de todas essas ferramentas precisa ser testada. As pessoas também estão certas ao se preocuparem com uma potencial erosão da relação paciente-médico, que reduziria o lado humano da medicina. Mas a transformação já começou.

Digamos, por exemplo, que você tem uma coceira que precisa ser examinada. Hoje, é possível tirar uma foto com seu smartphone e fazer o download de um aplicativo para processar a imagem. Dentro de poucos minutos, um algoritmo dedicado enviaria um texto com o diagnóstico. Essa mensagem poderia incluir os próximos passos do tratamento, como o uso de uma pomada tópica ou uma visita a um dermatologista.

Os smartphones já podem ser usados para medir pressão sanguínea ou mesmo fazer um eletrocardiograma. Aplicativos para eletrocardiograma já foram aprovados para uso pela FDA (a agência que regula alimentos e remédios nos Estados Unidos) e validados em muitos estudos clínicos. Os dados dos aplicativos são imediatamente analisados, transformados em gráficos, exibidos em telas e atualizados com novas medições, armazenados e compartilhados (a critério das pessoas). Eu achava que já tinha visto de tudo em décadas de prática como cardiologista, até que, recentemente, recebi pela primeira vez um eletrocardiograma num e-mail enviado por um paciente. A linha de assunto: “Estou com uma fibrilação atrial. O que faço agora?” Percebi imediatamente que o mundo havia mudado. O telefone do paciente não havia apenas gravado os dados; ele os interpretou.

Agora, a qualquer hora do dia ou da noite, você pode pedir e obter uma consulta médica por um vídeo transmitido com segurança via smartphone nos Estados Unidos, e pelo mesmo custo (cerca de US$ 30 a US$ 40) que a típica taxa mínima cobrada pelos planos de saúde oferecidos por empregadores. Pode parecer exótico, mas várias consultorias — como Deloitte e PricewaterhouseCoopers — já previram que as consultas a médicos virtuais (em substituição às consultas físicas) serão a norma. A Deloitte informa que uma em cada seis visitas a médicos em 2014 já foi virtual. Muitas pesquisas mostram que os pacientes querem obter informação sobre os custos de seu atendimento médico, mas não conseguem. No futuro, o custo não será mais o principal obstáculo da medicina: aplicativos de transparência de custos já existem e estão rapidamente se expandindo para cobrir também testes laboratoriais, exames, procedimentos e consultas.

Mudanças ainda maiores estão por vir. O uso no corpo de sensores sem fio vai permitir que o smartphone gere dados médicos, incluindo a taxa de oxigênio no sangue e níveis de glicose, pressão arterial e batimentos cardíacos. E no caso de uma mãe suspeitar que o filho tem uma infecção de ouvido, um acessório anexado ao smartphone permitirá que ela mesma faça um breve exame no tímpano que pode rapidamente diagnosticar o problema sem uma visita ao pediatra.

Outros dispositivos de vestir estão sendo desenvolvidos, como colares que monitoram a função cardíaca e checam o volume de fluidos dos pulmões, lentes de contato que podem monitorar os níveis de glicose ou pressão ocular (para ajudar no acompanhamento do glaucoma), e bandanas que podem capturar ondas celebrais. No futuro, meias e sapatos poderão analisar o andar de uma pessoa para, por exemplo, informar um paciente com Parkison se seus remédios estão fazendo efeito ou alertar alguém que um membro idoso da família está em risco de cair.

Sensores em desenvolvimento serão capazes também de monitorar, através de smartphones, a exposição a radiação, poluição do ar ou pesticidas em alimentos. E nossos remédios serão logo digitalizados para fornecer lembretes e garantir que sejam tomados conforme a receita.

Não são só quartos de hospitais que serão menos usados, mas laboratórios também. Em breve, acessórios de smartphones permitirão a realização de uma série de testes laboratoriais de rotina via telefone.

Nos próximos dez anos, será possível — em circunstâncias especiais — monitorar quase todos os órgãos do corpo, à medida que empresas começam a produzir nanossensores que podem ser inseridos na corrente sanguínea. Com todas essas novas ferramentas, não é de surpreender que alguns cogitem a possibilidade de uma medicina “sem médicos”. Mas é preciso não exagerar. Ainda iremos consultar médicos — só que com muito mais controle.

A expansão das capacidades do “faça você mesmo” evitará a escassez de médicos que se previa antes. Mas um setor que já registra escassez de profissionais — o da saúde mental — pode ser particularmente beneficiado pelos smartphones. Novos aplicativos podem quantificar seu estado mental ao registrar um conjunto de dados em tempo real: tom e inflexão de voz, expressão facial, padrão de respiração, batimento cardíaco, resposta galvânica da pele, pressão arterial e até mesmo a frequência de e-mails e mensagens de texto.

Por outro lado, apesar dos grandes avanços na captura de informações médicas pessoais, ainda estamos muito atrasados no manuseio desse dilúvio de dados. Muito pouco foi feito para impedir que dados médicos sejam acessados por hackers ou vendidos para terceiros. Também somos inócuos na análise dos dados: armazenamos grandes volumes de dados e fazemos muito pouco para extrair informações significativas deles. Para piorar, nenhum dos novos dados gerados por pacientes — através de sensores, testes laboratoriais, autoexames, sequenciamento de DNA ou autoimagem — está fluindo para os registros tradicionais de médicos ou de hospitais. Creio que esses problemas podem ser solucionados, mas isso vai exigir esforço.

De fato, a verdadeira revolução não vem de ter seus dados médicos armazenados de forma segura em seu smartphone. Ele vem da nuvem, onde se pode combinar todos os dados individuais.

Quando essa enorme quantidade de dados for organizada, integrada e analisada corretamente, ela oferecerá um enorme potencial em dois níveis — para o indivíduo e para a população geral. Uma vez que todos os dados relevantes forem registrados e processados para identificar tendências complexas e interações que ninguém poderia detectar sozinho, seremos capazes de eliminar muitas doenças.

Leia mais em The Wall Street Journal.

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O que é o PIB?

Leia no Infográfico publicado no jornal O Estado de S. Paulo, o que é o PIB e o que ele representa. Matéria assinada por Hugo Passarelli e Mariana Congo, com revisão: Lilian Furquim de Campos Andrade (FGV).

O QUE É O PIB?É possível resumir a situação econômica de um país em um único número? Para os economistas, é possível, sim. O PIB, sigla para Produto Interno Bruto, representa a soma de todos os produtos finais produzidos por um país em um intervalo de tempo. Nessa conta, entram todos os bens e serviços consumidos pelas pessoas, empresas e governo.

O QUE DEFINE O PIB? – Somente o que é novo na economia entra na conta do PIB. O que isso significa? O cálculo do PIB considera somente bens e serviços finais produzidos no trimestre ou no ano em questão. Assim, o PIB representa somente o valor adicionado gerado por todas as atividades da economia de um país, ou seja, os produtos e serviços novos. Por exemplo: uma bicicleta produzida em 2005 e vendida hoje de uma pessoa para outra não está nessa conta, pois ela entrou no calculo do PIB do ano em que foi produzida. Assim como as roupas no brechó. Ou um imóvel usado.

Além disso, a matéria-prima usada para se fazer um produto não entra no cálculo. Isso acontece para evitar a dupla contagem. Exemplo: o aço comprado pela indústria automobilística, peças e demais equipamentos somam-se ao valor do carro. No PIB será contabilizado apenas o que a fábrica adicionou – como horas trabalhadas, energia, tecnologia – à matéria-prima adquirida, lembrando que o que é matéria-prima para uma fábrica é o produto final em outras cadeias de produção.

Leia o informativo completo em http://www.estadao.com.br/infograficos/o-que-e-o-pib,257269.htm

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Alemanha aposta em fábricas ‘inteligentes’

Publicado em The Wall Street Journal

De Christopher Alessi e Chase Gummer

A nova frente do esforço da Alemanha para acompanhar a revolução digital encontra-se numa fábrica nesta cidade industrial da Bavária.

O que a fábrica da Siemens produz — nesse caso, máquinas automatizadas usadas em outras instalações industriais — não é o que está em jogo, mas sim como suas 1.000 estações de manufatura se comunicam através da internet.

Como resultado, a maioria das unidades nos quase 10 mil metros quadrados da fábrica é capaz de buscar e montar componentes sem outras intervenções humanas.

A fábrica de Amberg é um exemplo em estágio inicial de um esforço generalizado por parte do governo, empresas, universidades e instituições de pesquisa da Alemanha para desenvolver fábricas “inteligentes” e totalmente automatizadas com base na internet.

Essas fábricas tornariam os produtos inteiramente personalizáveis ainda no chão de fábrica: um produto inacabado na linha de montagem comunicaria “à máquina quais serviços ainda precisa” e o produto final seria imediatamente montado, diz Wolfgang Wahlster, um dos líderes da Industrie 4.0, como o projeto coletivo é conhecido.

A iniciativa tem o objetivo de ajudar o setor industrial alemão — a espinha dorsal da maior economia da Europa — a manter sua vantagem competitiva para contrabalançar os custos de mão de obra mais baixos de países emergentes e um ressurgimento do setor manufatureiro nos Estados Unidos.

Sustentando essa iniciativa está a chamada “internet das coisas”, a interação entre a internet e equipamentos do mundo real. Neste ano, o Google fez uma grande investida na área da internet das coisas relacionada ao consumidor. A empresa americana pagou US$ 3,2 bilhões pela Nest Labs, fabricante de termostatos inteligentes que podem ser controlados remotamente por smartphones e outros dispositivos conectados.

A manufatura totalmente inteligente ainda está na sua fase inicial. Mas o Centro Alemão de Pesquisa para a Inteligência Artificial tem trabalhado com empresas industriais do país para desenvolver alguns dos exemplos mais avançados nesse campo.

Na fábrica inteligente de Kaiserslautern, que é a unidade-piloto do centro de pesquisa, a gigante dos produtos químicos Basf produziu xampus e sabonetes líquidos totalmente personalizados. Assim que uma encomenda de teste era colocada on-line, etiquetas de identificação por radiofrequência colocadas em frascos vazios numa linha de montagem informava simultaneamente a máquinas de produção que tipo de sabonete, fragrância, cor de tampa e rótulos eram necessários. Cada frasco tinha o potencial de ser completamente diferente do que vinha logo atrás dele na correia transportadora.

O experimento se baseou numa rede sem fio por meio da qual as máquinas e produtos mantiveram a comunicação, sendo que a única intervenção humana ocorreu quando uma pessoa entrou com a encomenda de teste no sistema.

A unidade da Siemens em Amberg mostra o que já é possível fazer hoje em uma fábrica em operação. A fábrica, que produz máquinas automatizadas para linhas de montagem de empresas industriais alemãs como Basf, Bayer, Daimler e BMW e muitas de suas concorrentes fora da Alemanha, vem se digitalizando gradualmente há 25 anos. Hoje, cerca de 75% de suas operações estão no piloto automático, com 1.150 funcionários operando principalmente computadores e monitorando o processo de produção.

A construção de um sistema de manufatura inteligente que se auto-opera através de uma rede na internet pode ainda demorar pelo menos dez anos. “Já temos os elementos básicos”, diz Siegfried Russwurm, membro do conselho de administração da Siemens.

Além de Amberg, outras fábricas alemãs que estão caminhando para a fabricação inteligente incluem uma operada pela fabricante de motores eletrônicos Wittenstein e a nascente linha de montagem adaptativa da Bosch GmbH para equipamentos hidráulicos, prevista para começar a operar em Homburg ainda este ano.

A incursão da Alemanha na internet industrial ocorre em meio a uma apreensão generalizada no país com o domínio dos EUA sobre a internet. Atualmente, o Google é responsável por 95% de todas as buscas feitas pelos alemães na internet, de acordo com o portal de estatísticas on-line Statista, e sua penetração pode representar um desafio para as empresas industriais alemãs que tentam usar a web para adotar um modelo de negócios mais orientado aos serviços.

Günther Schuh, membro da Academia Nacional de Ciências e Engenharia da Alemanha, que ajudou a lançar a Industrie 4.0, disse que notou “uma preocupação genuína na indústria alemã com a posição de monopólio de empresas como a Amazon e o Google” porque elas controlam a interface entre os consumidores e empresas.

O Google poderia, potencialmente, usar sua posição dominante como um motor de buscas para promover seus próprios produtos e serviços, enquanto se expande para além do simples fornecimento de serviços de e-mail, processamento de textos e software de computação em nuvem. A empresa americana de tecnologia, por exemplo, está na fase inicial de desenvolvimento da tecnologia para um carro que se autodirige.

A Amazon não se ateve apenas ao varejo on-line, mas entrou na indústria de eletrônicos de consumo com o seu tablet Kindle Fire e seus smartphones Fire Phone.

A chanceler alemã Angela Merkel alertou que empresas alemãs precisam fazer mais para se manter competitivas na economia digital, enquanto o ministro da Economia alemão, Sigmar Gabriel, vê perigo em permitir que empresas americanas como o Google dominem o chamado negócio de dados da Internet.

“O ‘big data’ [grandes volumes de dados] necessário para a Industrie 4.0 funcionar não está sendo coletado por empresas alemãs, mas por quatro grandes empresas do Vale do Silício. Essa é a nossa preocupação”, disse Gabriel em um debate público com Eric Schmidt, presidente do conselho do Google, no início deste mês.

Os executivos alemães parecem menos preocupados.

Peter Herweck, diretor-presidente da divisão responsável por equipamentos motorizados da Siemens, diz que não vê o domínio do Google na internet como uma ameaça às iniciativas de manufatura digital da Siemens. “Talvez eles possam se tornar um parceiro” em algum momento, ao ajudar os engenheiros a identificar ferramentas ou peças que necessitam de reparo dentro das fábricas, diz ele.

“Quando se trata do mundo conectado, é preciso mais do que apenas software” para a fabricação inteligente, diz Werner Struth, membro do conselho da Bosch. “É preciso produtos que podem ser tocados.”

Leia mais em The Wall Street Journal.

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